"E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito."
Romanos 8:28
"And we know that all things work together for good to those who love God, to those who are the called according to His purpose." Romans 8:28
I barely hear Your whisper through the rain "I'm with you" And as Your mercy falls I'll raise my hands and praise the God who gives And takes away
And I'll praise You in this storm
And I will lift my hands For You are who You are No matter where I am And every tear I've cried You hold in Your hand You never left my side And though my heart is torn I will praise You in this storm..."
Abaixo a tradução do que o meu esposo Fred e eu falei durante a cerimônia de despedida (funeral) do nosso amado filho Jefferson Johannes Josephus, no dia 08 de Outubro de 2021.
Mensagem do pai, Fred.
Jefferson nasceu em 8 de janeiro de 1994 de parto cesáreo, devido a sua posição no útero. Ele estava sentado. Ele era especial. Como criança ele não tinha pressa e tinha problemas para planejar. Levamos o a uma clínica de psicologia infantil para avaliação e o diagnóstico foi Síndrome de Asperger. Também descobriram que ele era muito inteligente. Depois de algum tempo ele não teve mais problemas com planejamento, mais ainda não tinha pressa em fazer as suas tarefas. Ele tinha permissão para usar tempo extra durante os exames.
Ele jogava xadrêz, jogos eletrônicos e uma vez por semana badminton e natação. Na natação ele só conseguiu tirar o diploma A, porque ele se negava a manter os olhos abertos debaixo d'água. Com os olhos fechados, ele não conseguiu se orientar e passar pelo buraco na tela, mas sabia tudo dos outros níveis também. Ele também foi membro do hobby club e do judô.
Quando tinha 7 anos tomou conhecimento da escola de música. Depois de 1 ano de lições para crianças, inclusive flauta, decidiu pelo Piano e desde o começo foi muito bem. Ele estudou Piano por doze anos e tocou quase sempre sem partituras, portanto de memória.
Ele ainda conseguiu ir para a educação bilíngue do nível científico. Isso foi interrompido por uma grande, mas bem-sucedida operação na coluna vertebral, por causa de uma escoliose. Depois do científico na escola secundária, ele foi para a universidade Radboud em Nijmegen, onde estudou biologia e mostrou ser capaz de viver independente. Portanto, com a Síndrome de Asperger, parecia que não era tão ruim assim.
Ele tinha as boas qualidades disso: ele era honesto e tinha uma boa percepção e memória. Biologia foi uma boa escolha. Jefferson se interessava por genética e gostava de observar o comportamento animal. Há cerca de quatro anos, os estudos começaram a falhar. Ele ficava mais tempo na cama, tomava banho muito demorado, reprovava com mais frequência em um exame. Ele disse que havia estudado bem, mas no momento do exame dava um branco. Jefferson acabou desistindo de tudo quando faltava só 3 exames para ter o seu bacharelado. Ele também nunca mais lia um livro. Ele voltou para casa há quase um ano. Todos os dias ele lia as histórias em quadrinhos no jornal. Ele também era muito bom com computadores. As vezes a mesa conversávamos sobre a origem das palavras estrangeiras e usávamos o smartphone como enciclopédia.
Quando voltou para casa, disse-me que já não podia mais estudar porque se sentia composto por várias pessoas, falava de si mesmo como “nós”. Isso foi relatado ao serviço de saúde de psiquiatria e ele entrou numa longa lista de espera. Tentamos procurar ajuda particular, mas ele não aceitou. Ele não era um perigo para os outros, e nem para si mesmo. Tinha um comportamento normal. Queria trabalhar, mas em algo simples de fazer. Assim em junho, ele encontrou um emprego como carteiro em tempo parcial. Ideal, não precisava pensar muito, bom para a condição física e ele gostou de fazer. Nunca perdeu um dia. No entanto, há algumas semanas atrás, ele nos comunicou o desejo de morte. O médico da familia encaminhou ele imediatamente para o pronto-socorro da psiquiatria. Lá, ele recebeu o medicamento risperidona. Porém não teve nenhum efeito positivo, mas causou fadiga e enrijecimento das articulações. Jefferson acreditava estar sofrendo de uma doença degenerativa no cérebro. Ele não queria viver como uma planta na estufa. Na última consulta, o médico decidiu parar com a medicação e observá-lo. Jefferson estava aparentemente convencido de que nada o ajudaria mais. Ele não parecia depressivo, a sua decisão foi racional. Ele escreveu uma linda carta de despedida para nós no seu telefone. A polícia encontrou o telefone ao lado do seu corpo, ao longo dos trilhos. Jefferson não bebia, nem usava drogas, nem se envolvia em nada ruim. Ele pereceu na pura luta dentro de sua mente desintegrada. Em suas palavras, na sua carta de despedida: “Estou me perdendo”. Como é possível que ele ainda participasse alegremente de tudo, até aquela manhã fatal em que escapuliu de casa enquanto ainda dormíamos. A hora havia chegado.
Nosso filho era como um raio de sol que trazia luz, amor e alegria onde quer que fosse.
No início de setembro, tive um sonho terrível com ele. Sonhei que Jefferson veio até mim e disse que ia morrer e que não havia nada que eu pudesse fazer para impedi-lo. No sonho eu disse: Não, não, não posso viver sem você. Acordei e fiquei tão chocada que nao tive coragem de contar nem ao meu marido. Comecei a orar e também pedi a outras pessoas que orassem comigo. Mas cerca de 2 semanas depois, ele realmente veio até mim primeiro, e me disse que seu cérebro estava se degenerando e que seria melhor se ele morresse porque ele não queria viver como uma planta. Que ele achava difícil viver em seu corpo e que sua alma seria liberta, e assim por diante. No mesmo dia, ele contou também a seu pai, seu irmão Sven e seu melhor amigo George. Ele não queria esperar muito.
Todos nós o aconselhamos e pedimos que não o fizesse. Depois de falar, orar e pensar muito, ele decidiu que iria continuar vivendo, nos daria a chance de tentar ajudá-lo e tinha planos para o futuro.
Ele não estava deprimido, sempre alegre e participante. Ele estava sendo tratado por um psiquiatra e um psicólogo, mas como o remédio não trouxe os resultados esperados. O psiquiatra decidiu parar por alguns dias e observá-lo. ... mas antes da próxima consulta, em um instante tudo acabou. Não há nada que possamos fazer a respeito. Ele foi embora para nunca mais voltar. Nós tínhamos um relacionamento muito bom um com o outro. A dor que sinto é inimaginável. É terrível e não encontava conforto. Também me me senti muito culpada por não ter feito mais por ele.
Na noite anterior, ele veio até mim e disse: “Mãe, estou muito preocupado, acho que tenho uma doença cerebral degenerativa grave e ele também me disse o porque. Acordei meu marido para examiná-lo, mas de acordo com meu marido estava tudo bem. Ele disse, então vou tentar dormir e eu disse, vou também. Ainda disse à ele, me chama se houver alguma coisa. Mas tudo ficou quieto a noite toda e eu não fui vê-lo. Quando descobri o que havia acontecido, me sobrecarreguei de culpa e profunda tristeza. Muitas pessoas oraram comigo, e o consolo veio do Espírito Santo que me fez lembrar do que aconteceu com Jesus e seus discípulos no Jardim das Oliveiras. Mateus 26:36-46 Jesus foi com os seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani, o Jardim das Oliveiras, chegando lá disse-lhes: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”. Mas enquanto Ele orava, os discípulos adormeceram.
Eu também fui dormir enquanto meu filho estava tão preocupado e sofrendo.
Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres”. E retirou-se outra vez para orar: “Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade”.Depois, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?”, perguntou ele a Pedro. “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” Jesus indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres”.
Eu também orei e outras pessoas oraram comigo, mas Deus permitiu que isso acontecesse. Seus planos, a Sua vontade seja feita.
Ele não poupou o seu único filho por causa de seu grande objetivo: pois, por meio do sacrifício de Jesus, Ele queria dar à humanidade a chance de ser salva. Um objetivo maior e uma nova aliança com a humanidade surgiria.
Ele nos deu o nosso filho por um tempo curto, mas intenso, cheio de alegria e felicidades. Devemos ser gratos. A Deus seja a glória! Nosso filho era um jovem muito especial.
Mas então, o que fazer com a dor terrível e quase insuportável, eu perguntei: porquê? Por que minhas orações não foram ouvidas? Por que nosso filho amado teve que morrer. Por que Deus não o protegeu e poupou? O que eu poderia ter feito e não fiz?
Então o Espírito Santo levou-me aos seus discípulos e a Maria, mãe de Jesus. Os discípulos também foram dormir enquanto Jesus começava a ficar ansioso e inquieto. Após a prisão de Jesus, eles ficaram apavorados e cheios de culpa, mas não podiam e não ousavam fazer nada. Foi tudo tão rápido para mim que não havia mais nada que eu pudesse fazer. E Maria, se eu acho que estou sofrendo, imagina o que ela passou? Ela seguiu e viu o sofrimento do seu amado filho por horas e não pode fazer nada para ajudá-lo. Ele foi severamente espancado, humilhado e assassinado diante de seus olhos. Eu não vi acontecer. Deus tudo fez e tudo pertence a Ele. Tive o privilégio de ser mãe de uma pessoa muito especial. Aconteceu porque Deus permitiu. Como disse Jó (Jó 1:21) "Nasci nu", disse ele, "e ficarei nu quando morrer. O Senhor me deu tudo o que eu tinha, agora ele tirou de mim novamente. Bendito seja o nome do Senhor. ”
Maria sabia desde o início que Jesus não era dela, que ele tinha um destino elevado, mas ela sofreu muito e chorou por seu filho. Assim, também esta pobre mortal. Eu sabia de certo modo, mesmo que eu não quisesse acreditar ou aceitar, que talvez meu filho não se tornaria velho, mas eu tinha esperança, porque se Deus quisesse, ele viveria.
O que eu vou ler para vocês agora está em 2 Coríntios 4: 7-12 7 Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. 8 De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; 9 somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. 10 Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo. 11 Pois nós, que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal. 12 De modo que em nós atua a morte; mas em vocês, a vida.
Essas provações dão a Deus a oportunidade de mostrar Seu poder em nós. Ele garante que não sejamos esmagados. Ele nos encoraja para que não nos desesperemos. Ele testifica ao nosso espírito pelo Seu próprio Espírito Santo que não fomos abandonados. E uma vez que somos Dele, nunca seremos destruídos. Mesmo quando morrermos, viveremos pelo poder da ressurreição de Jesus. (João 11:25) Obrigado Senhor! Amém!
As próximas duas músicas que vamos ouvir eram suas músicas evangélicas favoritas. Este é o Salmo 23, encontrei em sua carteira. (mostrei um papel com o texto enquanto falava).
*Jefferson se suicidou deitando nos trilhos. Veja a mensagem do pai abaixo.
This is unfailing love That You would take my place That You would bear my cross You laid down Your life That I would be set free Jesus, I sing for All that You've done for me...